Obs: Artigo criado por Sandra Roza (Jornalista Antirracista, Diversidade e Inclusão, Analista de Comunicação, Marketing de Conteúdo, Marketing Digital, Social Media, Produção de Conteúdo), publicado originalmente no canal da Comunidade PretUX.
Olá! Tudo bem?
Que bom ter você aqui.
Se você ainda não me conhece, prazer, sou a Sandra. Uma jornalista que desde 2019 compartilha sonhos em palavras. Espero que depois desse texto, você leia outros que já escrevi e conheça um pouquinho mais de mim.
Bom, esse é o meu segundo texto sobre a minha jornada de aprendizado em UX Writing nas comunidades que participo: UX Para Minas Pretas e PretUX. Dessa vez, vamos conversar sobre a Acessibilidade Digital.
Vem comigo?
Em fevereiro, ganhei uma bolsa da PretUX para fazer o curso de Acessibilidade Digital da How Bootcamps, com o
. Fiquei tão feliz e animada que vim aqui compartilhar 4 aprendizados com vocês. Bora lá?
1. Se é acessível para você, pode não ser para outras pessoas
Para você, o que é algo acessível ?
Reflita um pouquinho.
Suponho que você vai pensar em inúmeras coisas ou até mesmo nos preços acessíveis de algum produto, certo?
Quando pensamos no que é acessível, esperamos que ele seja para muitas pessoas, no caso dos preços. Mas mesmo assim, pode ser que para outras pessoas esse preço ainda não seja acessível. E por que, Sandra? Porque cada pessoa é diversa e possui uma realidade diferente da sua.
No dia a dia, também podemos refletir como muitos espaços não são acessíveis para várias pessoas. Por exemplo, pessoas com algum tipo de deficiência podem ter dificuldades para pegar um ônibus que não possui um elevador, trabalhar em locais com muitas escadas, ler um texto que não esteja em braille, assistir uma live que não tenha legendas e tradução de libras, entre outras situações.
E no mundo digital, da internet, dos aplicativos? Será que eles estão acessíveis para quem?
Aqui, entramos na explicação sobre a Acessibilidade Digital, que é tornar o mundo digital acessível para um número maior de pessoas, independente se elas possuem alguma deficiência ou não.
2. Antes de tudo, é importante ter empatia
A empatia é essencial para a Acessibilidade Digital, porque no momento em que você escreve um texto ou desenvolve um sistema digital, é preciso refletir se você está se aproximando ou se está se afastando das pessoas. Será que elas vão entender? Está muito difícil de entender? É necessário mesmo usar esse termo em inglês? Posso descomplicar?
Sempre é possível descomplicar. Por exemplo, na semana passada, recebi um e-mail com todas as letras escritas na cor azul piscina. Eu tive muita dificuldade para ler. Fiquei pensando se essa pessoa não imaginou que isso poderia dificultar a leitura para alguém. Talvez sim, talvez não, pois nem sempre a Acessibilidade Digital é uma prioridade no mundo digital.
Depois dessa experiência lendo esse e-mail, me lembrei do Paulo Aguilera falando sobre as cores fortes nos textos, aplicativos ou sites. Para quem ama cores fortes e brilhantes pode achar o máximo, mas quem tem sensibilidade à luz e cores, miopia ou daltonismo pode ter dificuldades para olhar para a tela do celular ou de entender alguma informação, por exemplo.
Além disso, é importante também fazer a descrição de imagens, adicionar funções que facilitem a leitura dos aplicativos de voz, legendas, libras, braile, tradução de palavras, entre outras.
3. A simplicidade
Ser simples é ser acessível. Pode parecer um clichê, mas é verdade. A simplicidade começa na letra. Nada de escolher letras muito pequenas e com cores que dificultem a leitura.
E os áudios no whatsapp? Você gosta de mandar muitos para todo mundo, até pra quem você não conhece? Já pensou que uma pessoa pode ser surda e não conseguir entender a sua mensagem? Por isso, sempre escreva também.
Se você pode descomplicar a interface de um aplicativo ou site, descomplique. Deixe-a simples e mais fácil das pessoas navegarem.
“Mas Sandra, ser simples demais não vai ser bom.”
Quem disse que não? As pessoas esperam por interfaces digitais que sejam acessíveis para que elas aprendam e possam navegar sozinhas. O que adianta um aplicativo super cheio de funcionalidades com uma interface difícil de entender? Quem vai conseguir acessá-lo? Haverá Acessibilidade Digital?
4. Equipes diversas nas criações digitais
A Acessibilidade Digital se torna real e efetiva quando há uma equipe diversa nas criações digitais, porque cada pessoa traz outras perspectivas sobre tornar as coisas mais acessíveis. Trazem suas realidades e vivências.
Em uma equipe apenas com pessoas iguais, que compartilham os mesmos mundos e vivências, é muito mais difícil que a acessibilidade se torne uma realidade. Primeiro, porque talvez o assunto seja desconhecido pela equipe. Segundo, porque vai demorar mais tempo para se coloque a acessibilidade em prática.
Por isso, é importante que em uma equipe tenha diversidade e inclusão, porque não adianta contratar se não incluir, né?
A Acessibilidade Digital começa pela valorização da diversidade e da inclusão efetiva. Sem elas, é muito difícil que a Acessibilidade Digital aconteça. Não dá mais só para as mesmas pessoas, em sua maioria brancas, continuarem criando e desenvolvendo sistemas digitais que só são acessíveis para elas. É preciso que diferentes pessoas criem também. É preciso que outras experiências de usuáries* estejam nos processos de criações digitais. Essa é a importância da Acessibilidade Digital.
Quer aprender ainda mais sobre esse assunto? Não deixe de conferir esses e outros textos de integrantes da UX Para Minas Pretas e da PretUX:
Acessibilidade Digital para a terceira idade
Acessibilidade e o Desenvolvimento
O UX Writing de Mãos Dadas com a Acessibilidade Digital
Não esquece de comentar aqui como foi a sua experiência lendo o meu texto e de bater as palminhas no canto lateral esquerdo.
Tchau e até a próxima!
*Linguagem neutra a fim de incluir pessoas que não se identificam com o gênero feminino e masculino.
Para conhecer mais sobre o tema e colocar a mão na massa a How Bootcamps está com o Bootcamp Acessibilidade Digital com Paulo Aguilera, Design Ops Lead e Acessibilidade Digital no Banco Carrefour.