Logomarca da How Bootcamps
Cultura de aprendizado nas empresas

Cultura de aprendizado nas empresas

Picture of Renato "Minas" Buiati

Renato "Minas" Buiati

Tenho falado bastante sobre temas como lifelong learning, reskilling, upskilling e também sobre os papeis dos agentes que compõem esse quadro: indivíduos, organizações privadas e instituições e entidades públicas.

Nesse artigo, vou focar no desenvolvimento dentro das organizações e como elas podem contribuir com o aprendizado contínuo.

“Sua organização é movida pelas habilidades que você tem. A evolução dos indivíduos em uma empresa, em última análise, se traduz na evolução de uma empresa”. Matthew Sigelman, CEO da Burning Glass Technologies.

Se o momento vivido é de transformações profundas em mercados e na forma de se trabalhar, também passa pela necessidade contínua de requalificação, aprendizado de novas habilidades e pelo interesse das organizações em investir na qualificação desse profissional. Incentivar e criar condições para o aprendizado contínuo será entendido como diferencial por pessoas na hora de escolher onde gostariam de trabalhar, mas também serão identificados como propósito e posicionamento de marca.

Por onde começar?

Em ambientes de mudanças de ritmo acelerado, como o das startups/organizações exponenciais, o aprendizado de novos métodos, desenvolvimento e aplicação de processos são algumas das atividades que exigem essa incrível, e cada vez mais requisitada, habilidade de reinvenção do profissional. Para que isso aconteça no ritmo que se pretende, uma nova forma de liderança deve ser destacada: aquela que acredita que o ato de se aperfeiçoar deve ser visto como algo contínuo, não como uma necessidade temporária ou como uma necessidade pontual para deixar o currículo mais robusto e atrativo. Esse mindest deve ser compartilhado com todas as pessoas da empresa, mas, atenção: ele também parte do princípio da liderança pelo exemplo — não adianta pregar o aprendizado contínuo e não se dedicar ao autodesenvolvimento.

Quais habilidades devem ser desenvolvidas?

O desenvolvimento de habilidades pode ser dividido em três grupos de habilidades distintas:

– Hard Skills — são as habilidades que desenvolvemos em áreas específicas — como design, marketing, finanças — e que são colocadas em prática no dia a dia.

– Soft Skills — essas são as consideradas soft skills e incluem comunicação, pensamento crítico, adaptabilidade, capacidade de resolver problemas, liderança, criatividade e inovação.

– Digital Skills — Área que apresenta o maior gap para as pessoas, porque envolve não apenas habilidades para lidar com tecnologias como inteligência artificial, big data etc mas, também, exige um novo mindset, o digital.

Tenho falado com muitas pessoas que ocupam cargos estratégicos em organizações e, uma das principais necessidades são referentes às soft skills. Além de qualidades como pensamento crítico, adaptabilidade e etc — apresentadas acima — outros pontos que são sempre destacados nessas conversas são habilidades como a capacidade de se autoconhecer, a empatia, a resiliência — uma das habilidades mais procuradas por profissionais de RH — capacidade de trabalhar em equipe e a atenção (sim, aquela habilidade de estar atento ao que se está fazendo e presente de corpo e alma na atividade ou tarefa executada).

O que pode ser feito?

São várias as formas de incentivar e fomentar o aprendizado nas empresas.

Listei algumas:

Crie programas e treinamentos e rode um piloto com um pequeno grupo de pessoas até que seja possível fazer os ajustes necessários para, posteriormente, replicar para toda a empresa. Selecione criteriosamente as pessoas que irão participar desse processo: comece com pessoas com perfil de early adopters, com personalidade mais aberta à novidades e também para aquelas pessoas com perfil de liderança, que possam replicar as informações dentro de suas equipes — dessa forma, é possível que esse movimento cause um efeito cascata na empresa e nas equipes, com a disseminação das informações e do conteúdo aprendido.

OBS: Para o grupo de funcionários mais resistentes, evite a ideia de forçar o aprendizado. Para essas pessoas, deixe bem claro quais os objetivos e os resultados que se pretende alcançar

Faça com que os líderes apoiem as iniciativas de desenvolvimento e aprendizado individualizado, incentivando as pessoas a adquirir conhecimento e compartilhar seus aprendizados.

Crie equipes multidisciplinares — uma ótima maneira de adquirir conhecimentos múltiplos é através da criação de equipes que unem pessoas de áreas distintas e, que consequentemente, terão visões diferentes sobre os desafios propostos. O aprendizado peer to peer é uma das fontes mais eficientes para que se adquira conhecimento.

Incentivar colaboradores a criar grupos e comunidades e se conectarem com pessoas que trabalham na área — apoie a participação de eventos palestras, debates, trocas de conhecimentos em grupos e comunidades com interesses em comum.

Crie espaços para a troca de informações e aprendizados, onde a interação entre as pessoas seja facilitada (cafés, espaços para leitura, atividades em equipes etc).

Estudo de casos e benchmarks — traga os cases de sucessos e fracassos de empresas que atuam em sua área de atuação ou áreas distintas da sua para a troca de informações. Fale com pessoas de outras empresas para conhecer modelos de gestão, processos, planejamento etc.

Fomente o ecossistema — uma prática que adotamos aqui é a criação de eventos abertos dentro de empresas e startups parceiras, sempre com convidados que irão relatar suas experiências vividas no dia a dia de trabalho.

Identificar as habilidades de cada profissional e fazer realocações quando for necessário — essa é uma tarefa que geralmente é desenvolvida pelo departamento de RH das empresas: identificar as habilidades individuais e atribuir funções ou áreas de trabalho a partir dessas habilidades. Esse modelo pode auxiliar no engajamento e na produtividade das pessoas.

Usar ferramentas que auxiliem a troca e a disseminação de informações entre as pessoas (das básicas, como Google Drive, Trello, Slack, Hangouts etc) até a criação de canais próprios para o depósito de conteúdo relevante.

Essas são apenas alguns dos formatos de entrega sugeridos, mas você pode e deve criar aqueles que mais se adequam à sua realidade e ao momento vivido por ela.

Renato “Minas” Buiatti é educador e cofounder da How.

Compartilhe

Logomarca da How Bootcamps
Formulário de Contato