Esse artigo foi escrito por nossos facilitadores, Layla Codogno e Pedro Naif, e publicado originalmente aqui.
Um breve texto sobre algumas experiências da parentalidade de primeira-viagem.
Uma vez em que seu olhar é treinado para perceber experiências (UX) ele não descansa, nem mesmo durante a licença maternidade. Dessa vez, me coloquei como “usuária” desse produtinho novo chamado filho e percebi que durante os primeiros meses eu e o Pedro Naif — (Designer, pai do nosso filho) frequentemente nos perguntávamos: “Cara, cadê o designer que projetou isso?”
Então, aqui vai algumas reflexões divertidas sobre a UX das situações do dia-a-dia de uma mãe e um pai de primeira viagem.
O medo de quebrar e as roupinhas de bebê RN (recém-nascido)
Para mães e pais de primeira viagem, pode parecer muito repentino o processo de começar a manipular a todo momento um serzinho que parece ser tão frágil. Dito isso, uma das coisas que percebemos foi como as roupinhas de recém nascido nem sempre consideram a inexperiência dos cuidadores ou a malemolência dos bebês.
— “Cuidado com a moleirinha!”, qualquer avó da família
Você passa a vida inteira ouvindo como a cabecinha de um recém-nascido é frágil, mas precisa passar a roupinha pela cabeça!! E nesse período o seu bebê tem o pescoço todo molinho e não consegue “te ajudar” nisso 🤯 — gente me ajuda aqui!
P M ou G ou GG ou 1 ou 2? A complexidade de arrumar o guarda-roupinhas
Antes mesmo do bebê nascer, no famoso período de montar o enxoval você vai comprar as roupinhas e se depara com etiquetas que dizem: — “tamanho P/tamanho M” e dai vem o pensamento:
— “P é de pequeno. Na teoria meu bebê é pequeno até deixar de ser bebê, quando ele vai usar M de médio?
Você percebe então, que precisa ter um conhecimento prévio sobre o desenvolvimento médio de bebês, consequentemente a onde seu filho se encaixa dentro desse padrão, pra entender qual roupinha ele irá usar em qual momento.
Essa sinceramente foi a parte que mais me frustou, até encontrar algumas marcas que realmente pensam nos cuidadores dos bebê, e colocam etiquetas inteligentes como essas nas roupinhas:
Ao nascer o seu filho é medido e pesado, consequentemente você passar a ter essa informação de referência. Dessa forma, uma roupinha que diz servir de 48cm e 3kg à 58cm e 5kg facilita muito mais a vida do cuidador do que um simples P de pequeno.
E falando de roupinhas…
Vamos lá, um bebê pequenino faz muito xixi e cocô e você tem que além de trocar diversas vezes, conferir muitas vezes mais. Algumas roupinhas simplesmente não ajudam nessa conferência rápida, você precisa tirar toda ela para saber se precisa trocar ou não. Além de que, nesse inicio bebês choram e sentem mais frio que nós, uma troca rápida para algumas roupinhas é impossível!
Outra coisa, quando pensamos em sustentabilidade é que: – roupinhas duram em média 3 meses durante o primeiro ano e você realiza em média 4 trocas diárias das peças principais (body e calça). Por que as roupinhas não são projetadas para crescer com os bebês? As fraldas ecológicas já montaram um sistema de botões ou amarrações sendo tamanho único de RN até o desfralde.
Alguns bebês demoram a dormir, e você tem um carrinho/colchão que faz um barulhão
No começo o bebê é um Buda, não se incomoda com nada, mas conforme vai se crescendo e desenvolvendo as percepções externas, o controle do barulho é algo muito importante para a manutenção da paz (haha).
Você está lá a 40min com seu bebê no colo, ninando ele, confortando para que se entregue ao sono e dai quando ele finalmente dorme e você vai realocá-lo para o bercinho e O — COLCHÃO — FAZ — BARULHO e ele acorda.
Olha, só com uma mão!
Com um bebê de colo você precisa fazer muitas coisas com uma mão só, e alguns produtos projetados para bebês não preveem isso! Como por exemplo uma cadeirinha que compramos em que você precisa não só das duas mãos, mas também de uma ajudinha extra ali de força para conseguir encaixar e desencaixar a mesinha de apoio 😅
Ou também aquela tampa do sabonete liquido que é impossível abrir com uma mão apenas!
Não estamos falando aqui de desafios fáceis, sabemos que muitos produtos precisam de uma segurança a mais para que bebês não saiam comendo sabonetes, mas essa é a provocação! Como podemos gerar produtos inteligentes a ponto de resolver as duas situações.
Agora, com todas as mãos!
Outro ponto, voltando para a cadeirinha de alimentação, depois de aprender a sentar e começar a se alimentar com alimentos sólidos naturalmente seu bebê aprende a fazer algo incrível: — Tentar comer sozinho e jogar alimentos no chão!
É super importante para a criança treinar seus movimentos e sua coordenação motora, mas também precisamos pensar nessas famílias que vão ter que limpar a bagunça depois! Porque essas cadeirinhas não possuem um formato mais “abaulado” que direciona a comida? Ou com bordas projetadas para evitar a queda desses alimentos?
Pra finalizar, queria deixar um compilado de coisas úteis e não-tão-úteis assim, que essa família (branca, de classe média-alta, residente de são paulo, privilegiada) descobriu ao longo desses meses. Quem sabe pode ser uma referência pra quando você for colocar em produção seu -produtinho- bebê.
- Listas prontas de enxoval são roubada! Recomendamos o uso com moderação. Aqui compramos só o básico, e conforme fomos aprendendo sobre o Maru e nossa rotina fomos complementando (e nesse ponto deu tudo certo)
- Maru nasceu em casa num parto natural cheio de luz, mas antes disso teve MUITA informação e acompanhamento. Busque quem te acolhe e te passa toda segurança que precisa.
- Fraldas de pano moderna não são monstros de 7 cabeças! São ótimas, fáceis de lavar! acreditem, vale a pena investir e produzir menos lixo 💚 (Nós e a Kape, Alva Baby, Dipano)
- Berço acoplado na cama foi lindo durante os primeiros meses por aqui, facilitava muita no acordar noturno 🙂 Maru passou a dormir no quartinho com 4 meses
- Cama montessoriana foi ótimo pro Maru mas péssimo para nossas costas 😅 Eu recomendo pela autonomia, mas já fica o disclaimer
- No começo um bom carrinho faz mágicas na hora da soneca e passeios noturnos em ruas trepidadas, salvam a coluna dos cuidadores
- Sling vale muito durante o primeiro ano, e nós compramos um modelo que é super fácil de colocar 👉 Sling Pacotinho
- Copinhos 360° são uma ótima alternativa à mamadeiras comuns (recomendo os da Nuk)
- Garrafinhas com canudo anti-ar ajudam super a evitar gases e, quando maiores, na hora de tomar líquidos deitadinho (Buba)
- Grupos de apoio materno e paterno podem parecer chato, mas em momentos de crises ajudam muito (mesmo que só como distração)