Um bate-papo sobre a tecnologia no mundo social e a interatividade da ciência com a experiência do usuário.
OBS: Artigo criado por Layla Codogno (Product UX Designer na Olist), originalmente publicado aqui.
Esse papo é dedicado aos colegas desenvolvedores de softwares 🙂
A experiência do usuário (UX) tem se tornado o diferencial para destacar seu produto e as empresas cada vez mais estão investindo nisso, mas você ja parou pra pensar de quem é essa responsabilidade? Designers assumem posições dentro de equipes com a premissa de “salvar a UX de um produto” mas são eles realmente os heróis?
Norman já descreveu: “Experiência do usuário engloba todos os aspectos da interação do usuário final com a empresa, seus serviços e seus produtos.”
Mas afinal, para que isso é importante? Por quê você se preocuparia com a experiência do seu cliente?
— Atom, Sublime ou Visual Code?
Qual dessas três ferramentas acima você utiliza? Reflita agora o que te fez escolher uma ou outra.
A reflexão sobre as suas escolhas estão diretamente ligadas à experiência que cada uma delas proporciona, seja uma experiência específica: como uma feature de integração com o github que torna seu fluxo de trabalho mais ágil, ou uma experiência mais subjetiva: como gostar mais das cores do Atom.
Mas então seria só contratar mais Designers?
Quando falamos do universo de produtos digitais e softwares, vocês desenvolvedores são as pessoas que fazem isso acontecer!
De nada adianta o protótipo de um designer ser lindo, o fluxo desenhado ser exatamente o que o usuário espera, se a API demora 8 segundos pra dar um retorno. Ao clicar em um botão, espera-se um retorno rápido, ou então esse usuário ficará perdido e clicará mais 30x até floadar o serviço e travar a aplicação.
A tecnologia assume cada vez mais um âmbito social
A tecnologia deixou de ser algo restrito, como quando era utilizada para fazer cálculos matemáticos e aplicações científicas, hoje ela esta inserida no nosso universo diário.
Pare e pense: quantos sistemas você utilizou hoje? Imagino que desde o momento em que acordou até agora, no mínimo uns 10 aplicativos de celular (como o despertador), mais inúmeras aplicações como o Linkedin ao navegar pela internet.
Essa rotina e contexto de uso, faz com que a tecnologia comece a convergir com disciplinas além das exatas, você deixa de fazer apenas grandes cálculos para ter que lidar com vieses cognitivos de pessoas que irão interagir com essa tecnologia em conjunto as as emoções e circunstâncias sociais. Isso se da porque utilizamos aplicativos e softwares enquanto caminhamos na rua, assistimos tv ou estamos em reuniões, e essas aplicações muitas vezes se tornam secundárias ou apenas complementares à atividade principal em foco.
Entendeu-se portanto, que para obter uma experiência de usuário de alta qualidade, deve-se haver uma fusão perfeita dos serviços de várias disciplinas, incluindo engenharia, marketing, design gráfico e industrial e design de interface.
Mas o que você desenvolvedor, pode fazer que tenha um impacto positivo na experiencia do usuário, além de otimizar timing de acordo com bons números de mercado, otimizar carregamento de página e conteúdo, microtransições, tratativas de erro e afins?
Se importar em conhecer quem esta usando esses serviços, e como essa pessoa usuária entende o mundo. Ao questionar como a aplicação (software) será utilizada e sentida lá na ponta, o seu trabalho deixa de ser apenas linhas de código e matemática computacional, e passa a ter um viés pessoal, de tal forma que a entrega final sempre se torne a experiência de uso e não mais um PR mergiado na master.
Eu sempre disse para meus colegas desenvolvedores, “Eu preciso da sua contribuição para conseguir projetar a melhor experiência para o nosso cliente”.
Então fica aqui minha pergunta: Você vê além do código? 🙋♀️