45. E agora?

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Acabei de sair de uma reunião com um amigo – ele 46 anos, eu, prestes a completar 47. Foi uma reunião de negócios, mas, foi na verdade, uma reunião de resoluções. Para as nossas vidas. Ele, um empresário consolidado, com uma experiência incrível em sua área de atuação, premiado, reconhecido. A conversa que deveria ter tomado um rumo de negócios, tomou outro foco, quando, logo após os cumprimentos, ele disse: estou cheio de novidades. Isso é bom, pensei. Todas as novidades da nossa conversa tiveram um mesmo ponto de partido: ele estava saindo da empresa na qual havia fundado e na qual esteve pela última década e meia para começar tudo de novo.

Fato isolado? Não. No ano passado, um outro amigo, que ocupava um cargo C level em uma gigante das telecomunicações, não resistiu aos encantos e aos insistentes convites para sair de onde estava, mudar de ares – literalmente, saindo de uma cidade para a outra – para assumir o desafio de coordenar uma equipe de produtos e marketing em uma startup curitibana.

Esse movimento, que já não é mais tão improvável como se imaginaria anos atrás, começa a ganhar força. Por experiência própria e nas conversas que tive por aí, consegui identificar alguns elementos que possivelmente sejam chaves para essas mudanças de direcionamento.

Listei alguns para você:

1 – cheguei aos 45 do primeiro tempo, e agora?

A crise dos 40, tão alardeada, é de fato mais um olhar sobre o que foi construído até aquele momento da sua vida do que uma crise propriamente dita. Já que comecei com a analogia do futebol, seguirei por ela. O primeiro tempo acabou, então, é hora de ir para o vestiário, respirar, conversar com os amigos de equipe e estar aberto aos conselhos que podem vir por meio de mentorias – muitas vezes, para não dizer a grande parte delas – de pessoas mais novas que você e, tomar uma água e se preparar para o segundo tempo da partida.

2 – o que deu errado

Essa conversa de vestiário – que passa pela auto-análise antes do bate-papo com as outras pessoas serve para identificar os pontos que o ajudaram a chegar aqui até aqui, os grandes lances e também aqueles que não geraram nada além de energia sem um propósito claro

3 – o medo do desconhecido

Comum ao ser humano é o medo de começar – nesse caso, recomeçar. As perguntas que rondam a cabeça são aquelas do tipo: Será? E se não der certo? E o que foi conquistado? Abrir mão disso para tentar deixar uma marca ou estacionar em local seguro?

Para que essa conversa evolua por um caminho mais prático, vou usar pesquisas.

Startups e cabelos brancos

Estudo realizado pela MIT Sloan School of Management revela que quanto maior a idade do empreendedor, mais bem-sucedido é o negócio. Dos negócios analisados, a idade média de idade daqueles que conseguiram um IPO ou aquisição do seu negócio é de 46,7 anos. O estudo ainda aponta que a idade média de fundadores de startups com mais de 900 funcionários e 5 anos de mercado é de 45 anos. Essa pesquisa ainda ressalta a importância da experiência desses profissionais ao informar que esse fator pode aumentar em até 125% as chances de sucesso.

Startups brazucas

No Brasil, um estudo realizado pela FIESP, mostra que 38% das startups brasileiras foram fundadas por pessoas com mais de 45 anos. Entre os principais motivos para o empreendedorismo após os 40 estão a vontade de tirar uma ideia do papel, além do cansaço e monotonia da vida corporativa.

A contrapartida das startups

Ainda que o predomínio das vagas das startups sejam preenchidas pelos millenials, uma manobra que vem sendo adotada por grande parte das maiores e mais importantes startups brasileiras é a contratação de pessoas com maior rodagem para assumir cargos C level. Em 2017, a Méliuz, startup mineira, colocou a idade mínima de 40 anos como um dos requisitos para uma vaga de seu time. Startups curitibanas seguem o mesmo fluxo: Olist, Pipefy, Ebanx e MadeiraMadeira são exemplos de startups que enxergaram a experiência de profissionais com mais de 40 anos de idade como um componente imprescindível para o seu crescimento.

Encerramos com uma frase de Steve Jobs:
“O peso do sucesso foi substituído pela leveza do recomeço. Isso me libertou para um dos mais criativos períodos de minha vida”. 

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