Porque a priorização é essencial em UX
Obs: Esse artigo foi criado por Rui Cauby (UX/ UI Designer, Everis), como um overview do Bootcamp Priorização de Produtos, com a Yasmin Conolly (Coordenadora de marketing e produtos na ClickBus).
Em Maio de 2021, tive o prazer de ganhar, através da comunidade PretUX, o curso Priorização de Produtos da HOW, ministrado pela Yasmin Conolly. Foram duas semanas de muito aprendizado e atividades práticas. Nesse período, foi exercitada a necessidade de priorizar e REpriorizar para preservar o andamento dos projetos e a construção de produtos que gerem resultados.
Por que priorizar?
De acordo com o professor da Harvard Business School, Clayton Christensen, mais de 30 mil novos produtos são introduzidos a cada ano e 95% falham. Uma taxa de apenas 5% de sucesso é um número que se justifica pelo costume errado de construção a partir da solução, porém o ideal é sempre começar do problema e, a partir daí, validar as hipóteses com os usuários. Dessa forma equivocada há muito desperdício de recursos, sejam financeiros, humanos e o mais finito: o tempo. Como os recursos são limitados, é importante priorizar o que agregará mais valor ao negócio e usuário.
Um dos maiores desafios de uma pessoa Product Manager ou Product Owner é a definição e priorização dos itens do Backlog. De acordo com Nilsen Norman Group: “O Backlog do Produto lista todas as características, funções, requisitos, melhorias e correções que formam as mudanças que devem ser feitas no produto nas futuras versões.”
Quando a priorização é feita num framework ágil, várias features são colocadas em segundo ou terceiro plano, então tudo o que não é priorizado vai para o backlog, e a organização desse conjunto de backlogs vira um roadmap. Com esse roadmap é possível planejar a médio e longo prazo e criar uma visão ampla dos problemas a serem resolvidos e features a implementar.
Como priorizar?
No livro “Por Que Fazemos o Que Fazemos?” Mario Sergio Cortella define prioridade de uma forma bem clara:
“Vale lembrar que prioridade é uma palavra sem plural. Se você põe um “s”, deixa de ser prioridade. (…) A prioridade requer exclusividade.” (p. 115)
Para que todo o time consiga se alinhar, são necessárias algumas diretrizes básicas:
- Priorize o que traz mais valor ao usuário;
- Estabeleça metas, meça e ajuste, pois o objetivo deve ser mensurável;
- Priorização deve ser feita em equipe;
- Considerar dados quantitativos e qualitativos;
- Considerar o ambiente interno e externo;
Existem várias formas de fazer a priorização ao longo do tempo de vida de um produto. A escolha do método depende da maturidade do produto, do prazo, e de variáveis que podem complicar ainda mais o processo. Para ilustrar, é interessante mostrar A Tabela Periódica dos Frameworks de Priorização apresentados no bootcamp, adaptada do Vida de Produto que classifica os métodos mais utilizados de acordo com o contexto mais adequado.
O eixo vertical classifica se o método é mais baseado em opiniões ou em métricas, e o horizontal corresponde a quanto depende de dados e opiniões de pessoas externas à equipe de desenvolvimento de produtos.
Algumas matrizes apresentadas são mais famosas como MoSCow, RICE ou Valor x Esforço, mas focarei nas novas matrizes que a Yasmin introduziu no Bootcamp.
O método Marie Kondo.
Marie Kondo é uma guru da organização que escreveu vários best sellers e estrelou uma série na Netflix. Ela conquistou o mundo com uma pergunta: isso te dá alegria?
Baseado nessa premissa a Yasmin adaptou a clássica matriz de esforço x impacto, considerando mais que o valor para o negócio e o nível de esforço técnico como as únicas variáveis para tomar uma boa decisão. E trazendo uma nova variável: valor para o cliente.
Nessa ferramenta o nível de valor para o cliente é representado por bolinhas de 3 tamanhos, deixando claro de forma simples quais itens geram mais valor para o usuário.
O método WAZE
No meio do processo o cenário muda, oportunidades aparecem e às vezes é necessário recalcular a rota e repriorizar. Baseado na proposta do aplicativo de navegação Waze, essa ferramenta foi criada para justificar a substituição de uma feature através de um consenso com o time, basta seguir as instruções nas setas para substituir as features entres os quadrantes.
As técnicas apresentadas são necessárias para criar consenso no time e entender que priorizar é um processo constante que deve ser revisitado o tempo todo, porque no fim das contas é uma questão de custo-benefício. Quando uma equipe prioriza corretamente e frequentemente, menos recursos serão utilizados para trazer mais resultado para o produto e usuários.
Esse artigo foi criado por Rui Cauby (UX/ UI Designer, Everis), como um overview do Bootcamp Priorização de Produtos, com a Yasmin Conolly (Coordenadora de marketing e produtos na ClickBus). Para saber mais e participar da nova edição do Bootcamp, clique aqui.
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